A nova visão de segurança, afinal o que é isso?

A nova visão de segurança, afinal o que é isso?

A nova visão de segurança veio para agregar conhecimentos e abordagens para reconhecer as organizações como sistemas complexos e, para isso, é preciso saber olhar para o trabalho com lentes sistêmicas.

Considerada uma revolução, o diretor na empresa Segurança Diferente, Gilval Menezes, apresentou como exemplo prático desse conceito um grave acidente nuclear que, por muito pouco, não teve um desenrolar catastrófico para a humanidade. Sobre o fato, os relatórios traziam como indicador da causa “um tal de erro humano”. Ou seja, os operários presentes na usina não conseguiram visualizar as luzes de led que piscavam como alerta.

“Foi então que decidiram entender como o homem se comporta dentro de ambientes complexos de altíssimo risco. Pois, até então, todos os acontecimentos envolvendo acidentes nas empresas haviam se tornado ‘normais’. Até que em 1997, o pai da nova visão, Jens Rasmussen, trouxe um artigo científico chamado ‘Gerenciamento de riscos em organizações dinâmicas’. No artigo ele aborda que as organizações possuem limites financeiros de exaustão humana e limites de segurança,” completou Gilval.

A partir desse olhar, Rasmussen deu a oportunidade para outros estudiosos continuarem as pesquisas. Trazendo, então, a engenharia da resiliência que trata a adaptação dos seres humanos que estão na “ponta da lança”, isto é, os operários que fazem o “comissionamento das máquinas”.

Segundo Gilval, em seguida vieram movimentos mais fortes, trazendo a divisão da velha visão – chamada de segurança 01 – e da nova segurança 02. Em meio a essa divisão, as pessoas estavam mais preocupadas com números – contando acidentes e colocando engenheiros para estudar os acidentes nas indústrias. Foi daí que surgiu um precedente: “onde está o sucesso dentro do processo?” Percebeu-se, então, que a segurança 2.0 veio para ressaltar o êxito do trabalho.

Em 2019, Todd Conklin trouxe os seguintes conceitos: todo ser humano comete erros; culpar não resolve nada e que devemos aprender e melhorar. Esses três pontos são vitais para as organizações. “Com isso, foi possível perceber o que o trabalhador faz no momento em que surgem os riscos, dadas as condições que ele tem, faz sentido para ele e isso tem a ver com resiliência. Os dias sem fracasso não garantem, de forma alguma, o sucesso do futuro. O que garante a vida de um acrobata é a rede de proteção lá embaixo, e aqui é a presença de barreiras,” explicou Gilval.

Ele também ressaltou que foi necessário tratar das questões socioambientais. “Precisamos de modelos não lineares para ajudar a compreender todas essas relações, pois a relação de trabalho não é como uma máquina que precisa desmontar, substituir e montar de novo, esta peça é o ser humano, e erro humano só é erro visto no retrospecto”.

O diretor da Segurança Diferente apresentou aos participantes o livro “A Nova visão de segurança no trabalho: um olhar brasileiro”, publicado durante a pandemia, e que contou com a colaboração de 20 coautores. E ao final de sua palestra, disse que a forma de iniciar a “nova visão” é aprendendo com o que dá certo, trazendo como exemplo a forma olhar perante uma troca de turno e um processo de manutenção de ferramentas. “Devemos olhar o que foi mais relevante. Na nova visão, após a manutenção, seu trabalho está apenas começando. Devemos ir além dos procedimentos ‘learning teams’ (grupos de aprendizagem). Essa é a nova visão, na prática”.

Gilval garante ainda que esse método traz um desafio enorme para um líder de segurança. O pensamento principal é: “em vez de vigiar, comandar e controlar por que eu, como líder, não me torno um facilitador do aprendizado organizacional? Por que não pego meu sistema, minha intranet e alerto sobre os danos que ocorrerem?”, finalizou.

Ivan de Paula Rigoletto, diretor da HSSD da Yamana Gold, moderou a apresentação e também deixou suas considerações: “Importante olhar que a mesma analogia vale para metodologias e ferramentas. Não precisamos nos tornar escravos da metodologia. Observar não somente aquilo que acontece no posto de trabalho, mas o que acontece durante o processo de ação de segurança das empresas”, concluiu.

Sobre a EXPOSIBRAM 2022

Considerada um dos maiores eventos de mineração da América Latina, a EXPOSIBRAM reúne a cadeia produtiva da mineração que participa ativamente com as principais companhias mineradoras com atuação global e nacional, fornecedores de máquinas, equipamentos e serviços, representantes de instituições de pesquisa e universidades, delegações empresariais e governamentais de diversas nações, entidades de classe, empresas e autarquias ligadas ao setor público, além de importantes executivos e especialistas de vários segmentos para a discussão de temas relacionados à indústria mineral nacional e internacional, em um só lugar.

A área da exposição contará com mais de 13 mil m² de estandes. No espaço, serão apresentadas as principais tendências em tecnologia, equipamentos, softwares e outros produtos ligados à indústria mineral, além de dados sobre investimentos, projetos minerários, entre outros assuntos.

Realizado em paralelo à exposição, o Congresso Brasileiro de Mineração atrai a cada edição mais de 1300 participantes entre especialistas, pesquisadores, estudantes e representantes de empresas. A programação contará com palestras, debates, talk-shows com temas de contexto político, socioeconômico global, perspectivas para negócios, tecnologia e inovações, meio ambiente, investimentos, entre diversas outras temáticas.

Patrocínios da EXPOSIBRAM

Figuram como patrocinadores do evento o Grupo AIZ (Diamante), Vale (Diamante), Anglo American (Platina), BHP (Platina), AngloGold Ashanti (Ouro), Kinross (Ouro), Nexa (Ouro), Companhia Brasileira de Alumínio – CBA (Prata), Casa dos Ventos (Prata), Mineração Usiminas (Prata), ArcelorMittal (Gestão de Resíduos),  Alcoa (Bronze),  Appian Capital Brazil (Bronze), BAMIN (Bronze), Cardiesel – Minas Máquinas (Bronze), Gerdau (Bronze), Geocontrole (Bronze), Geosol (Bronze), Mineração Taboca (Bronze), Mosaic Fertilizantes (Bronze), Samarco (Bronze), Sany – Irmen (Bronze), Tracbel (Bronze), Walm Engenharia (Bronze), e XCMG (Bronze).

Apoio Institucional

Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (abm), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), Associação Brasileira de Engenheiros de Minas (ABREMI),  Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção (Anepac),Fundação Dom Cabral (FDC), Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), Serviço Geológico do Brasil (SGB – CPRM), Sindicato das Indústrias Extrativas de Minas Gerais (Sindiextra), Sindicato das Indústrias Minerais do Pará (Simineral), Sindicato da Indústria de Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer) e Sindicato Nacional da Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos (Sinferbase).

Apoio Oficial

Podcast Wepod.

Apoio editorial

A EXPOSIBRAM 2022 conta até o momento com o apoio editorial da revistas Brasil Mineral, Eae Máquinas, In The Mine, Mineração & Sustentabilidade, Minérios & Minerales, Areia & Brita, Amazônia, além dos sites BN Americas, Conexão Mineral,  ClimaTempo, Notícias de Mineração Brasil,  Notícia Sustentável  e Panorama Minero.

Siga o IBRAM na web e nas redes sociaishttps://linktr.ee/ibram_mineracao