Gestão da imagem do setor mineral é avaliada por especialistas de vários segmentos

Gestão da imagem do setor mineral é avaliada por especialistas de vários segmentos

Construir uma boa reputação no setor da mineração é um grande desafio, desse modo, uma governança comprometida é um dos pilares para dar seguimento a qualquer projeto dentro das organizações. Mais que a qualidade dos produtos ou serviços, a imagem de uma empresa é muito valorizada pelo público. E esse foi o norte do painel “Gestão da reputação do setor mineral” no último dia da EXPOSIBRAM 2022.

O painel teve a participação: do diretor de Comunicação do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM),  Paulo Henrique Soares; da diretora-executiva da ALL+ Consultoria Estratégica, Ana Luisa Almeida; do diretor-executivo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE), Hamilton Fernando dos Santos; da diretora sênior da Advisory (Americas) da The RepTrack Company, Marcela Ferreira; do diretor da Paulo Rovai Marketing e Negócios, Paulo Rovai; e do presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), Ricardo Nicodemos. A mediação coube à gerente de Comunicação Corporativa Brasil, da Anglo American e coordenadora de ESG da Mineração – Grupo de Trabalho Comunicação e Reputação, Rachel Magalhães Pessoa do Nascimento.

Reforçando a relevância do assunto, o diretor de Comunicação do IBRAM, Paulo Henrique Soares, ponderou que, discutir a reputação de todo segmento é importante, tendo em vista que setores e empresas com reputações mais altas apresentam maior competitividade e melhores resultados de relacionamento com os mais variados públicos, inclusive, financeiros. “Nós acompanhamos a reputação justamente para proporcionar ganhos às empresas da mineração. Reputação com vínculo emocional entre um determinado público e uma marca, com o setor, com pessoas e o país, principalmente, ligadas às expectativas para as entregas e promessas feitas. E obviamente, nós, do setor mineral, passamos por momentos complexos com o rompimento das duas barragens, mas já avançamos na recuperação de nossa imagem. Reputação não deve ser um objetivo, e sim consequência de ações feitas e programadas, e ainda, consciência de todos para as boas relações, uma entrega mais eficaz para a sociedade e públicos específicos”, afirmou.

Durante a sua fala, o presidente citou que uma pesquisa da entidade, realizada nas fazendas com mais de mil produtores rurais, revela que a faixa etária média do produtor rural brasileiro é de 46,4 anos e, apenas 10% têm nível superior completo. Disse, também que a comunicação é um dos pilares e, entre os objetivos, o “de contar boas histórias, mostrando para a população que, por trás dos produtos industrializados existem pessoas, verdadeiros heróis trabalhando no campo”.

As percepções do brasileiro sobre o setor mineral e quais os desafios enfrentados atualmente foram mencionados pela diretora sênior da Advisory (Americas) – The RepTack Company, Marcela Ferreira, a qual fez uma leitura desde o ano de 2007.  “Os dados espelham a percepção do público sobre o setor da mineração. O momento mais crítico foi em 2019, os desafios e pontos de atenção de acordo com o estudo é de um setor heterogêneo, e isso reflete na capacidade de práticas mais responsáveis. Outro ponto a ser considerado é que todos citam que é fundamental as empresas serem mais transparentes. Se faz muito necessário pensar qual o papel que o setor quer desempenhar, e, por fim, pensar que é necessário inovar, não só em termos de produção, mas também de relacionamento. Também é fundamental que o setor construa normas de transparência e fiscalização. É importante lembrar que, com fatos e dados, com evidências, conseguimos levar o que o setor está realizando.”

A diretora-executiva da ALL+ Consultoria Estratégica, Ana Luisa Almeida, também fez suas considerações. “A percepção de que o setor de mineração precisa ter é a de olhar para o país e para questões que tocam a vida das pessoas. Entender que tem um papel maior que gerar riqueza, papel de contribuir para a inclusão social. As empresas têm feito muito pouco pelo país. Nós comunicadores precisamos entender qual o impacto do negócio na vida das pessoas. Ir para o lugar das demandas sociais, mas de uma forma completamente diferente do que está sendo hoje. A reflexão que fica é: qual é o papel do setor de mineração e o quão pouco temos feito”, ressaltou.

Na sequência, diretor-executivo da ABERJE, Hamilton Fernando dos Santos, disse que é possível conciliar a capacidade de gerar confiança com transparência e gerar rentabilidade. “Notamos que a pandemia fez com que a necessidade de pensar a comunicação se tornou premente. Nunca como antes, as empresas precisam pensar estratégias de comunicação para o ESG. Agro e mineração representam 11% dos associados da ABERJE, hoje. A linha evolutiva de reputação era constituída, tradicionalmente, por meio da qualidade dos produtos e serviços. Com o ESG, o desafio das empresas aumentou e, para garantir o impacto ambiental e social, é necessária uma boa governança”.

Para Hamilton, não basta pensar somente na qualidade do produto, mas também na reputação do CEO, do setor e do negócio. “Reputação é o que se diz da gente, e teremos sucesso ouvindo e enfrentando”, finalizou.

O trabalho na comunicação e a importância da atividade minerária para a produção de fertilizantes foram destacados pelo diretor da Paulo Rovai Marketing e Negócios. Ele disse que quando o público tem informação sobre a importância do setor para suas vidas ele reconhece essa importância, o que reflete na reputação. “Sem fertilizantes não conseguimos ter o alimento, nesse sentido, a mineração é fundamental para o setor agrícola e para as pessoas. Pois, sem ela não existiriam fertilizantes”, pontuou Paulo Rovai.

Já o presidente da ABMRA, Ricardo Nicodemos, relatou que o tema tem sido uma das pautas na agenda da associação. Para ele, a cadeia do agro é muita extensa e contempla diversos setores, mas as similaridades entre o agro e a mineração são que ambos geram riquezas, mas nem sempre são reconhecidos. “O agro é o principal setor não reconhecido, principalmente, pela população urbana. A ABMRA tem feito um plano para mostrar o agro para a população urbana. No ano passado (2021), o valor das exportações do agro representou 27,6% do PIB”, salientou.

Gestão da imagem do setor mineral é avaliada por especialistas de vários segmentos
Painel “Gestão da reputação do setor mineral” – crédito: Glenio Campregher

Sobre a EXPOSIBRAM 2022

Considerada um dos maiores eventos de mineração da América Latina, a EXPOSIBRAM reúne a cadeia produtiva da mineração que participa ativamente com as principais companhias mineradoras com atuação global e nacional, fornecedores de máquinas, equipamentos e serviços, representantes de instituições de pesquisa e universidades, delegações empresariais e governamentais de diversas nações, entidades de classe, empresas e autarquias ligadas ao setor público, além de importantes executivos e especialistas de vários segmentos para a discussão de temas relacionados à indústria mineral nacional e internacional, em um só lugar.

A área da exposição contará com mais de 13 mil m² de estandes. No espaço, serão apresentadas as principais tendências em tecnologia, equipamentos, softwares e outros produtos ligados à indústria mineral, além de dados sobre investimentos, projetos minerários, entre outros assuntos.

Realizado em paralelo à exposição, o Congresso Brasileiro de Mineração atrai a cada edição mais de 1300 participantes entre especialistas, pesquisadores, estudantes e representantes de empresas. A programação contará com palestras, debates, talk-shows com temas de contexto político, socioeconômico global, perspectivas para negócios, tecnologia e inovações, meio ambiente, investimentos, entre diversas outras temáticas.

Patrocínios da EXPOSIBRAM

Figuram como patrocinadores do evento o Grupo AIZ (Diamante), Vale (Diamante), Anglo American (Platina), BHP (Platina), AngloGold Ashanti (Ouro), Kinross (Ouro), Nexa (Ouro), Companhia Brasileira de Alumínio – CBA (Prata), Casa dos Ventos (Prata), Mineração Usiminas (Prata), ArcelorMittal (Gestão de Resíduos),  Alcoa (Bronze),  Appian Capital Brazil (Bronze), BAMIN (Bronze), Cardiesel – Minas Máquinas (Bronze), Gerdau (Bronze), Geocontrole (Bronze), Geosol (Bronze), Mineração Taboca (Bronze), Mosaic Fertilizantes (Bronze), Samarco (Bronze), Sany – Irmen (Bronze), Tracbel (Bronze), Walm Engenharia (Bronze), e XCMG (Bronze).

Apoio Institucional

Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (abm), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), Associação Brasileira de Engenheiros de Minas (ABREMI),  Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção (Anepac),Fundação Dom Cabral (FDC), Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), Serviço Geológico do Brasil (SGB – CPRM), Sindicato das Indústrias Extrativas de Minas Gerais (Sindiextra), Sindicato das Indústrias Minerais do Pará (Simineral), Sindicato da Indústria de Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer) e Sindicato Nacional da Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos (Sinferbase).

Apoio Oficial

Podcast Wepod.

Apoio editorial

A EXPOSIBRAM 2022 conta até o momento com o apoio editorial da revistas Brasil Mineral, Eae Máquinas, In The Mine, Mineração & Sustentabilidade, Minérios & Minerales, Areia & Brita, Amazônia, além dos sites BN Americas, Conexão Mineral,  ClimaTempo, Notícias de Mineração Brasil,  Notícia Sustentável  e Panorama Minero.

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